terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Marcelão ou Nabisão?


Se você, assim como eu, costuma freqüentar a cidade de Bragança Paulista, localizada a 80 km de São Paulo, já deve ter percebido que a pergunta no título deste post tem feito parte das rodas de discussão na cidade, desde o final do ano passado.

Bragança é a terra da lingüiça, e também a terra do Clube Atlético Bragantino, equipe de futebol profissional da cidade, fundada em 08 de janeiro de 1928 e que já foi campeã paulista da séria A1, em 1990 e vice-campeã brasileira em 1991, derrotada pelo time do São Paulo, que mais tarde se tornaria campeão mundial.

O Bragantino possui, desde 1949, um estádio próprio batizado em sua inauguração de Marcelo Stéfani, ou “Marcelão” – em homenagem ao homem que doou um terreno de sua propriedade para que o clube pudesse construir sua “casa”. Homenagem mais do que justa, mas que foi mantida até o final de 2008, quando o local passou a se chamar Estádio Nabi Abi Chedid, ou “Nabisão”.

Mesmo sendo impossível falar do Bragantino sem citar a família Abi Chedid (um dos primeiros presidentes do clube foi Hafiz Abi Chedid), a decisão do atual presidente, Marco Antonio Abi Chedid em homenagear seu pai, substituindo o nome do estádio, não vem sendo tolerada pela população da cidade e pelos tradicionais torcedores do “leão”. Em pesquisa realizada pelo principal jornal da cidade, a rejeição pela troca chegou a 90%, mostrando que os bragantinos não gostaram nada da homenagem.

Quando falou à reportagem do UOL, o atual presidente justificou a escolha com a afirmação de que apenas o estádio se chamará Nabi Abi Chedid, e que um complexo esportivo – ainda não construído (vejam só!), será mantido com o nome de Marcelo Stéfani. Aproveitou, também, para destacar as recentes reformas e modernizações realizadas no local.

Uma análise da situação, por mais simples que pareça, não deve ser feita de maneira irracional e apaixonada, já que isso nos levaria a pesar qual nome foi mais importante para o Clube Atlético Bragantino: Marcelão ou Nabisão – o que me parece um tanto quanto injusto e inoportuno. Se o primeiro ajudou o time em seus primórdios, o segundo foi um dos responsáveis pela chamada época de ouro da equipe de Bragança Paulista.

Fato é que a despreocupação do atual presidente em ouvir a opinião pública, antes de tomar importante decisão, me parece ser o maior erro desse processo. Em situações como essa uma audiência pública parece ser a escolha correta já que, mais do que um estádio do clube, o local faz parte da história de Bragança. É o que torna a decisão “não ilegal, porém imoral”, citando o comentarista da TV Bandeirantes, Neto.

Infeliz me parece, também, a idéia de oferecer benefícios à maior torcida organizada do clube, em troca de apoio a essa decisão – rumor que ganha força entre os apaixonados pelo massa bruta. Verdade indissolúvel é que, em dois jogos realizados no “Nabizão”, o “Braga” coleciona duas derrotas no Campeonato Paulista - prato cheio para os supersticiosos de plantão.


Gabriel Nicolatti

Um comentário:

  1. Os textos estão legais, mas vocês deveriam editá-los em um tamanho menor. Ou colocando vários assuntos no mesmo post, separados por intertítulos. Vai dar mais leitura, certeza!

    Abraço!
    Sucesso!

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